Em 19 de julho, a AMC fechou a US$ 3,54, acumulando um ganho diário superior a 9% e atingindo o maior valor do mês. Esse salto foi impulsionado pelo otimismo crescente do mercado diante das melhores perspectivas de desempenho da AMC, comprovado pelo forte aumento no volume negociado. A intensificação das operações indica um novo interesse de investidores na tradicional rede de cinemas, antes conhecida como “meme stock”.
O analista Mike Hickey, da Benchmark, revisou para cima diversas projeções financeiras da AMC em relatório recente. Agora, a estimativa é que a receita do segundo trimestre chegue a US$ 1,329 bilhão, ante a previsão anterior de US$ 1,14 bilhão. O EBITDA ajustado projetado também subiu de US$ 75 milhões para US$ 154 milhões, enquanto a margem EBITDA avançou de 6,6% para 11,6%. As revisões refletem avanços concretos da AMC em gestão de custos e retomada das bilheterias.
No verão de 2025, a AMC colheu os frutos de uma forte retomada das receitas de bilheteria graças a grandes estreias, como o live-action “Lilo & Stitch” da Disney, “Missão: Impossível – Capítulo Final” com Tom Cruise e “Superman: Legacy” da DC. Esses blockbusters lotaram as salas, impulsionando também as vendas de snacks e receitas acessórias. A Benchmark estima que a lotação por sala na AMC cresceu 37% na comparação anual, superando muito a expectativa histórica do mercado, de 12,5%.
Apesar da receita sólida, o endividamento ainda é um ponto de atenção para a AMC. A companhia concluiu recentemente uma renegociação de dívidas, levantando US$ 223,3 milhões para amortizar parcelas com vencimento próximo. A operação reduz pressões imediatas de liquidez, mas traz o risco de diluição acionária. É fundamental que investidores ponderem o alívio de curto prazo contra o impacto de longo prazo da diluição.
Com as perspectivas financeiras melhorando, diversas instituições ajustaram suas recomendações para as ações da AMC. A Wedbush Securities, por exemplo, subiu sua avaliação de “Neutro” para “Outperform”. Ainda assim, os papéis da AMC acumulam queda superior a 12% no ano, ficando atrás dos principais índices do mercado. Esse cenário mostra que investidores permanecem cautelosos quanto à viabilidade de longo prazo do modelo de negócios da AMC.
Além do endividamento, a AMC enfrenta o desafio crescente da concorrência com plataformas de streaming como Netflix e Disney+, que expandem sua fatia no mercado de entretenimento. A diminuição de frequência ao cinema e os custos operacionais persistentemente elevados também seguem como barreiras estruturais relevantes.
Para quem acredita na recuperação do setor de cinemas com a elevação da qualidade dos conteúdos, as ações da AMC podem oferecer oportunidades de valorização para investidores iniciantes. Mesmo assim, recomenda-se a adoção de controles de risco, como ordens de stop loss, e a diversificação para evitar concentrações excessivas. Fique atento aos próximos resultados financeiros, ao calendário de lançamentos e ao sentimento do mercado. Ajuste suas estratégias de portfólio com flexibilidade, acompanhando as mudanças do cenário.
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